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TRANSPARÊNCIAS, Evidências da vida e da Alma  653747



Prefacio do livro  266h55


ADÃO WONS, UM POETA ESTRUTURAL

2h5y4


                                    Teresinka Pereira

                                     Estados Unidos – USA


A temática da poesia tem sido a mesma, desde os  escritura. É formada pelos sentimentos, emoções e ansiedades humanas. O amor e a morte estão na ponta da pirâmide e não há poeta que consiga escapar de suas poderosas

garras de motivação para escrever. Igualmente o leitor busca para sua leitura alguma coisa que lhe caia bem na sua disposição sentimental e esses temas estão sempre em dia com as necessidades psíquicas. Isso faz com que o poema tenha dupla missão: a de aliviar a alma do poeta e a de enriquecer a sensação do leitor. Gabriel García Márquez dava uma terceira função à escritura: a de alimentar a sede de educação do leitor. Dizia também que a linguagem escrita, com sua dinâmica criativa, manifesta a capacidade especial de transformar nossa vida doméstica em algo poético.

A estrutura e a técnica da poesia tem entretanto, mudado com os tempos, a história da humanidade, o progresso material, a pressa de viver o máximo nos poucos anos que nos concede o planeta. A tecnologia vai ocupando menos espaço, e a produção vai se multiplicando ao infinito. O que não pode multiplicar infinitivamente é o tempo. Nosso tempo de lazer, de compartir boas idéias ou sentimentos com seres queridos vai se fazendo cada vez menos. É por isso que a estrutura da poesia tem mudado, justamente para continuar servindo

ao ser humano de uma âncora de salvação, nos momentos

de angústia. Os poetas que se adaptaram à nova estrutura do poema saem vitoriosos nesse mundo de poucos leitores. Adão Wons é um deles. Sua poesia nutre e despensa do leitor grão a grão, sem repetições viciosas nem palavras de puro recheio.

Quando ele diz:


Tudo em mim

extravasa na janela

como o doce

luar da noite.


O leitor tem na frente de si não só a paisagem ampla da noite enluarada, como também o personagem do poeta, que pode ser transformado nele mesmo (o leitor) sonhando na janela, a abertura a toda imaginação possível para que seja ele contribuinte para esta poesia cujo alicerce veio de outro poeta. O poeta argentino Julio Fernando Vassarotto diz que escrever “poesia é um ato essencialmente de generosidade, já que o poeta é atravessado por ela e cai como uma toalha na mesa servida para compartilhar.” Na verdade, o que seria a poesia sem a possibilidade de compartir? Se é um sentir feliz, pois queira o poeta que todos possam sentir assim, mesmo que seja pela imaginação de uma praia livre para desfrutar como ele:


A brisa do mar

Bate em meu rosto

Trazendo a platéia

Da vida novamente

Acordando no esplendo

Sonhos de verão


Aí está em poucos versos, só o essencial para apresentar a simplicidade da riqueza que a natureza nos oferece e que muitas vezes não podemos ver, embora estivesse ali mesmo diante de nossos olhos. Nesses versos de Adão Wons, podemos dizer que o poeta sublinha a natureza para que todos os incrédulos e cegos, possam ver. Mas atualmente com o advento da internet e da obrigação de salvar o planeta ecologicamente não gastando papel, tempo e todas as outras coisas que nos vai faltar muito em breve, a poesia tem que ser econômica, tem que ir ao grão sem gastar enredos. Daí que a estrutura do poema tem que mudar. Adão Wons nos oferece essa estrutura da poesia descascada de palavras inúteis, de recheios sem substância e questões retóricas que aborrecemos leitor. Sua poesia é a semente que pode ser plantada na alma do leitor para alimentá-lo até a satisfação do futuro. A estrutura do verso essencial não deixa de ser lírica, de ter som de canção e uma assonância moderna que evita a rima.


A única fiel a nós

é a sombra que nos

acompanha.


A poesia em poucas palavras tem a sabedoria filosófica e a modéstia da apresentação. Não é mais a função do poeta descrever paisagens da terra ou do céu. Isto é para pintor. Como diz em um curto e essencial poema a estado-unidense Mary E. Halliburton,“um artista pinta o céu./O poeta movimenta as nuvens.” Por isso que Adão Wons assim apresenta a natureza do céu e da terra em movimento com poucos e curtos versos:


Já brilha o sol

E o aroma e fragrâncias

Tomam conta dos ares

A vida se movimenta

Numa orquestra de sopros

De pássaros e cigarras

(Poema “Primavera”)



O poeta imagina a poesia e faz o leitor imaginá-la também, não só pelo que diz na poesia, como pelo que não diz. Ele age sobre o mundo e sua poesia e recupera tudo o que estamos perdendo com o tempo de viver. Com a poesia de agora e do futuro de Adão Wons, vamos a recuperar muitas coisas que a vida moderna nos está roubando.

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Por Teresinka Pereira.


Intergovernmental Organization of the Stades, Senator International Parliament for Safety Na Peace, Minister Delegate for Ohio Stades (USA), Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary, Minister Commissioner for the Defense of Human Rights.



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